terça-feira, 23 de outubro de 2007

Crianças carentes se tornam Atleta-Cidadão

Por Juliana Guimarães
“Transformar crianças carentes em cidadãos” esse é o lema da Associação Camelot. Fundada há seis anos, pelo professor de judô, José Carlos Ledo de Oliveira, a instituição ensina através das artes marciais como o judô, os jovens de até 17 anos a terem disciplina e caráter, visando à inclusão social e oportunidade de uma vida melhor para famílias de baixa renda do bairro de Amaralina e da região do Vale das Pedrinhas.

A Associação Camelot para o Desenvolvimento Holístico do Ser funciona num local simples, porém aconchegante. Surgiu do sonho de Carlos Ledo em promover, a inclusão do judô na vida de crianças de baixa renda. Em parceria feita com a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB) e o Projeto Viva Esporte, Ledo conseguiu a doação de 150 kimonos para contribuir na sua ação. “A maioria das crianças que participam conosco não tem R$40 para comprar o uniforme e muito menos para o exame de faixa”, diz o professor, justificando o quanto é importante manter parcerias.

O Judô é um esporte que custa caro, afirma Ledo, por isso o projeto atleta-cidadão tem como objetivo incentivar pessoas a apadrinhar uma criança, o dinheiro arrecadado é destinado ao cadastramento do jovem, na Federação dos Esportes para participar dos campeonatos. O “padrinho” da criança paga uma taxa anual de R$380, que inclui uma taxa de cadastramento de R$30, taxa de inscrição em quatro campeonatos no total de R$60 e mensalidades no valor de R$240. O jovem torna-se então habilitado a participar de competições e eventos oficiais, exercendo sua cidadania como atleta regulamentado.

O apoio é fundamental para a continuidade de qualquer projeto. João Luís, 53 anos, atualmente desempregado, contribui com a associação da maneira que pode. Depois das aulas de judô, ele estimula a leitura e a criação de desenhos, desenvolvendo a concentração e a criatividade das crianças. “Já tivemos muitos alunos acostumados a brigar nas ruas, mas depois que passaram a praticar o judô, eles ficaram mais calmos, obedientes e disciplinados”. A estudante Renata de Oliveira, filha do fundador do projeto também dá assistência ao pai no andamento do seu sonho.

O poder da transformação através do esporte, tão discutido atualmente, vem demonstrando bons resultados na vida de muitos jovens. Por esse motivo, muitas instituições sem fins lucrativos estão buscando incluir a prática de esportes, considerados de elite, para crianças pobres que não tem oportunidade de praticá-los, em outro local.

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